[Artigo de Eliane Bernardino publicado no jornal Extra, do Grupo Globo, em agosto de 2018]

Em maio de 2018, aconteceu a grande feira do setor de alimentação realizada pela National Restaurant Association (NRA) em Chicago – NRA Show -, na delegação ABF Galunion.

Na palestra do Mark Bonchek, da Shift Thinking, o autor do livro Brand Orbits defende que as marcas devem criar um campo gravitacional para atrair e manter os principais stakeholders (funcionários, clientes, sócios e influenciadores) em sua órbita, construída sobre a confiança, a gratidão e a reciprocidade, que ajudam a atrair novas pessoas para o sistema social da marca.

A feira enfatizou a importância de se buscar a relevância perante o consumidor, a melhoria do desempenho e a busca pela perenidade da marca. O consumidor atual vive online, buscando ser único, enfrentando estresse, solidão, obesidade e excesso de informação. As marcas podem ajudar esses consumidores a se sentirem mais felizes. Uma cadeia de fast food fez, há alguns meses, nos Estados Unidos, um comercial anti-bullying (“Bullying Jr.”), que foi um belo exemplo de uma marca que buscou representar um sistema de valores que faz sentido para o consumidor.

Um conceito bastante discutido é o da comida saudável. Se, em um momento inicial, o conceito da saudabilidade se restringia à redução de gorduras e carboidratos, vemos uma clara evolução para o cuidado com o que se está ingerindo (orgânico etc.) e, mais recentemente, a funcionalidade do alimento (proteico, antioxidante etc.).  

Novidades nos EUA são os novos cortes de carne, condimentos caseiros, itens étnicos, refeições leves e saudáveis. Novos ingredientes sendo adotados: açafrão, gengibre, couve flor, comida do Oriente Médio chegando como uma grande novidade, como o Naf Naf Grill, servindo falafel e xauarma. Diferentes pimentas, queijo feito de arroz, açaí, alimentação baseada em plantas como o Impossible Burger, para quem gosta do sabor da carne mas quer reduzir o seu o consumo.

Outra tendência é o sucesso do conceito de grab-and-go (pegue e leve), que representa grande parte das prateleiras da Amazon Go. No Brasil, já é uma prática de sucesso, como muito bem executado pela loja Market Ipanema, na Travessa do Ouvidor, no Centro do Rio. Em Chicago, o grab-and-go está presente em vending machines, com as saladas da “Farmer’s Fridge”, abastecidas diariamente.

No campo da tecnologia, além de novos equipamentos, acessórios, robôs e automação, há também novos conceitos. A loja de culinária asiática Wao Bao tem alguns de seus restaurantes totalmente automatizados, exceto na área interna de preparação. O cliente chega na loja, faz o pedido em uma tela, e o retira em um dos cubículos na parede próxima, que se abrem com o pacote contendo a refeição do cliente, parecendo mágica. Outra novidade foi o Flippy, robô usado na rede CaliBurger. Confira os exemplos citados neste artigo buscando no YouTube.

Se gostou desse pequeno resumo das novidades na alimentação, saiba que existem grupos de missão técnicas à NRA Show, dentre os quais o da consultoria Galunion, com várias visitas técnicas e excelente organização e curadoria.

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